A gripe chegou mais cedo neste ano e está levando a população a uma verdadeira corrida aos hospitais e clínicas de vacinação. Em São Paulo os números de casos de H1N1 e outras formas de gripe têm sido acima da média para o mesmo período do ano.
A gripe é mais comum na época mais fria do ano, onde as pessoas tendem a ficar em locais fechados e onde os vírus sobrevivem por mais tempo no meio ambiente. Mas, pode ocorrer o ano todo. E neste ano, ela chegou antes do inverno.
Os noticiários e informes de casos entre as escolas acabam alertando para o assunto e gerando muitas dúvidas para pais, cuidadores e a população em geral. Vamos, então, esclarecer as dúvidas mais comuns.
O que é GRIPE?
A gripe é uma doença causada por vários tipos de vírus, que causa febre alta, dor de cabeça, dores no corpo, tosse e muita indisposição. Também chamada de “síndrome gripal”.
A maioria das pessoas melhora completamente após alguns dias, mas, em alguns casos, pode haver complicações, com piora dos sintomas, dificuldade para respirar e necessidade de internação para cuidados intensivos, a chamada “síndrome respiratória aguda grave”.
Pode ser causada por vários vírus: como o vírus influenza, vírus sincicial respiratório, adenovírus e vírus parainfluenza. Os mais comuns são os vírus influenza.
Os vírus influenza, por sua vez, são classificados em: influenza A, B e C.
E o que é o H1N1?
O vírus influenza A se classifica em outros subtipos, dentre eles, os mais importantes são o H1N1 (já chamado de vírus da gripe suína) e o H3N2 (responsável pela gripe sazonal, que sempre tivemos).
O H1N1 parece afetar mais crianças e adultos jovens.
A maioria das pessoas apresenta sintomas da síndrome gripal, de leve a moderada, porém, geralmente, são mais acentuados do que nos outros tipos de gripe: febre alta, de início súbito, mal-estar geral, tosse, dores musculares, dor de cabeça, indisposição e inapetência.
A piora dos sintomas ocorre entre 1 e 2 dias do início, com recuperação em 5 a 7 dias. A tosse pode persistir por mais tempo.
Nos grupos de risco (bebês, idosos, gestantes, portadores de doenças crônicas e imunodeprimidos) e mesmo em alguns indivíduos sem doenças prévias, pode haver agravamento destes sintomas, o que deve ser motivo de procura médica.
Porque estamos tendo mais gripe antes do inverno este ano?
A Secretaria de Vigilância em Saúde – Ministério da Saúde, monitora o número de casos de Síndrome gripal, Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e óbitos causados por vírus respiratórios.
Síndrome Gripal (SG): indivíduo com febre, mesmo que referida, acompanhada de tosse ou dor de garganta e início dos sintomas nos últimos 07 dias.
Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG): indivíduo hospitalizado com febre, mesmo que referida, acompanhada de tosse ou dor de garganta e que apresente dispneia. Também podem ser observados os seguintes sinais: saturação de O2 menor que 95% ou desconforto respiratório ou aumento da frequência respiratória.
No quadro abaixo, observamos a proporção dos vírus indentificados em cada grupo. Note que o número de casos de Síndrome gripal total é baixo, pois esta não é de notificação obrigatória.
Fonte: Ministério da Saúde (dados atualizados até 30/03/2016). Para dados atualizados, veja aqui.
No Brasil, em 2016, até o dia 23/03 já houveram 76 óbitos confirmados pelo vírus influenza. Sendo 71 (93,4%) decorrentes de influenza A (H1N1).
O estado com o maior número de óbitos por influenza foi São Paulo, totalizando quase 80%.
Dos casos confirmados com quadro gripal sem gravidade, a proporção de influenza A (H1N1) é um pouco menor: cerca de 50% para H1N1, contra 40% de influenza B.
A gripe é mais comum na época mais fria do ano, onde as pessoas tendem a ficar em locais fechados e onde o vírus sobrevive por mais tempo no meio ambiente. Mas, este ano, a gripe chegou antes do inverno.
A explicação de especialistas e de que os vírus responsáveis pela gripe no Hemisfério Norte (Estados Unidos e Europa) chegou mais cedo aqui devido à maior circulação de estrangeiros.
Outro fator seria a falta de uma cobertura vacinal adequada nos últimos 2 anos, devido à baixa adesão da população, por ter tido menos casos de gripe nestes anos. Assim, mais pessoas estão sem imunidade contra os vírus.
Como ocorre a transmissão?
Os vírus da gripe são transmitidos de uma pessoa para outra através de gotículas espalhadas por espirro ou tosse. Elas podem atingir as vias respiratórias de outra pessoa até a um metro de distância.
Estas também se depositam em superfícies, como maçanetas, corrimões, brinquedos e podem contaminar quem tocar aí, e depois, colocar as mãos na boca, nariz ou olhos.
A transmissão ocorre desde 1 dia antes do aparecimento dos sintomas até o final destes. Em média 7 dias em adultos e 10 dias em crianças. Com maior índice nos 2 a 3 primeiros dias.
Quais as principais diferenças entre a gripe e o resfriado comum?
Como agir diante da gripe?
A gripe, em geral é uma doença autolimitada, onde nosso sistema imunológico se defende e há melhora após alguns dias, sem tratamento específico.
Ficar em casa , tanto quanto possível, para evitar a transmissão.
Usar antitérmicos e analgésicos para febre e dores, orientados por médico.
Atenção: o ácido acetilsalicílico (aspirina) é contraindicado, pelo risco de causar a Síndrome de Reye.
Ingerir água e outros líquidos com frequência e repousar.
Higiene nasal e inalações com soro fisiológico também ajudam.
Medicações antivirais: como o oseltamivir (nome comercial: Tamiflu) podem ser indicados.
Eles não matam os vírus, mas interferem na forma como eles se multiplicam. Assim, podem reduzir os riscos de complicações, a gravidade e a duração dos sintomas.
Também podem ser indicados para prevenir a doença em contactuantes próximos a alguém com gripe.
Seu uso está indicado nas primeiras 48, até 72 horas após o início dos sintomas, período onde atua melhor.
Quando procurar assistência médica?
O H1N1 pode provocar uma inflamação nos pulmões (pneumonia viral) e outras complicações, que podem levar ao agravamento dos sintomas, com:
Persistência de febre alta
Piora da tosse
Dificuldade respiratória, respiração mais curta e mais frequente
Dor no peito
Piora do estado geral, percebido em crianças por irritação excessiva, indisposição, sonolência, muita inapetência e falta de ingesta de líquidos
Descontrole de uma doença de base (asma, diabetes, doença cardíaca)
Mesmo após a recuperação da maioria dos sintomas, pode persistir uma tosse produtiva por dias ou semanas, sem significar agravamento, se o estado geral estiver bom e não houver cansaço ou dificuldade respiratória.
Como prevenir a disseminação da gripe?
Cuidados ao tossir ou espirrar:
Quanto mais rápido os vírus expelidos chegaram às mucosas (boca, nariz e olhos) de uma pessoa, mais provável será a contaminação. Por isso, proteja sua boca ao tossir ou espirrar.
Usar o antebraço para cobrir a boca e nariz ao tossir, assim evita-se que a mão fique com o vírus.
O ideal, é usar lenços de papel para cobrir a boca e o nariz e jogá-los no lixo o mais rápido possível – o vírus pode sobreviver neles por cerca de 15 minutos, ou seja, nada de reaproveitar.
Lavar as mãos para evitar espalhar o vírus – a concentração na pele pode ficar alta por até cinco minutos.
O uso de álcool gel é recomendado quando não se pode lavar as mãos.
Cuidado com maçanetas, torneiras, corrimões.
Não dividir copos, talheres e pratos.
O uso de máscaras para quem tosse e para quem quer se proteger pode ajudar, porém existem modelos melhores e piores e seu tempo de proteção também é variável.
Ventilar o ambiente, abrir janelas, evitar lugares aglomerados.
A vacinação é altamente indicada para prevenção da doença.
Qual é o melhor método para prevenir da gripe?
A vacina contra a gripe é a melhor maneira de prevenção da doença e sua disseminação.
VACINAS DA GRIPE 2016
Quais são as vacinas contra a gripe que temos para 2016?
Temos 2 tipos de vacina:
As vacinas contra a gripe "trivalentes", em 2016, possuem três vírus da gripe em combinação:
um vírus similar ao vírus influenza A/California/7/2009 (H1N1) pdm09,
um vírus similar ao vírus influenza A/Hong Kong/4801/2014 (H3N2),
um vírus similar ao vírus influenza B/Brisbane/60/2008.
As vacinas influenza "quadrivalentes", são compostas pelos mesmos vírusacima, acrescidas de um quarto vírus de cepas do vírus influenza B:
um vírus similar ao vírus influenza A/California/7/2009 (H1N1) pdm09,
um vírus similar ao vírus influenza A/Hong Kong/4801/2014 (H3N2),
um vírus similar ao vírus influenza B/Brisbane/60/2008 (linhagem Yamagata).
um vírus similar ao vírus influenza B/Phuket/3073/2013 (linhagem Victoria)
Entenda, neste esquema, a diferença entre as vacinas trivalente e quadrivalente disponíveis no Brasil em 2016:
Quais vacinas quadrivalentes teremos no Brasil em 2016?
Os seguintes laboratórios fornecerão vacinas quadrivalente para as clínicas particulares em 2016:
Sanofi-Pasteur - Vaxigrip: com vacinas liberadas para crianças a partir de 6 meses de idade e adultos.
GlaxoSmithKline - Fluarix: vacina liberada para crianças
Como se define quais vírus vão compor as vacinas anuais?
Os vírus influenza sofrem constantes modificações, por isso, são necessários um monitoramento global e frequente reformulação da vacina.
Anualmente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) convoca duas consultas técnicas, em fevereiro e setembro, para recomendação das amostras vacinais candidatas que irão compor as vacinas contra influenza sazonal dos hemisférios norte e sul.
Atualmente, 142 centros nacionais de influenza em 113 países monitoram a tendência para a gripe durante todo o ano.
Destes, 3 estão no Brasil:
Instituto Evandro Chagas, Pará
Instituto Oswaldo Cruz - Rio de Janeiro.
Instituto Adolfo Lutz - São Paulo.
Estes laboratórios enviam os vírus influenza aos cinco Centros Colaboradores para Referência e Pesquisa sobre Influenza da Organização Mundial da Saúde (OMS) localizados em Atlanta, Geórgia, EUA (Centros de Controle e Prevenção de Doenças CDC); Londres, Reino Unido (Instituto Nacional de Pesquisa Médica); Melbourne, Austrália (Victoria Doenças Infecciosas laboratório de referência); Tóquio, Japão (Instituto Nacional de Doenças Infecciosas); e Beijing, China (Instituto Nacional de Controle e Prevenção de Doenças Virais) para análises adicionais.
Assim, os vírus da gripe são selecionados a cada ano baseado na vigilância de quais vírus estão circulando e as previsões sobre quais vírus são os mais propensos a circular durante a próxima temporada.
A OMS recomenda os vírus vacinais específicos para inclusão em vacinas contra a gripe, e, então, cada país faz a sua própria decisão sobre os que devem ser incluídos nas vacinas contra a gripe licenciados em seu país.
E no Brasil, como é feita a seleção dos tipos de vírus que irão compor as vacinas anualmente?
As vacinas contra a influenza a serem utilizadas no Brasil em 2016 terão nova composição. Em acordo com determinação da Organização Mundial da Saúde (OMS) em relação à situação das cepas da gripe em circulação no mundo, a Anvisa publicou a orientação para composição do produto em novembro de 2015, com os seguinte vírus:
As vacinas contra a gripe "trivalentes", em 2016, possuem três vírus da gripe em combinação:
um vírus similar ao vírus influenza A/California/7/2009 (H1N1) pdm09,
um vírus similar ao vírus influenza A/Hong Kong/4801/2014 (H3N2),
um vírus similar ao vírus influenza B/Brisbane/60/2008.
As vacinas influenza chamadas "quadrivalentes", são compostas pelos mesmos acima, acrescidas de um quarto vírus de cepas do vírus influenza B:
um vírus similar ao vírus influenza A/California/7/2009 (H1N1) pdm09,
um vírus similar ao vírus influenza A/Hong Kong/4801/2014 (H3N2),
um vírus similar ao vírus influenza B/Brisbane/60/2008 (linhagem Yamagata).
um vírus similar ao vírus influenza B/Phuket/3073/2013 (linhagem Victoria)
Qual a vantagem da vacina conter as duas linhagens de vírus B?
Desde o ano 2000 vem sendo registrada a cocirculação das duas linhagens de vírus influenza B (Victoria e Yamagata). Em cerca de metade das vezes, a linhagem B contida na vacina trivalente não é coincidente com a que predomina numa temporada, o que limita a capacidade preventiva da imunização. Portanto, a inserção das duas linhagens de vírus B na composição da vacina aumenta de forma considerável sua efetividade.
Qual vacina vai ser usada na campanha da vacinação do Ministério da Saúde?
Todo ano, o Ministério da Saúde realiza a Campanha Nacional de Vacinação contra Influenza, onde grupos prioritários podem receber gratuitamente a vacinação nos postos de saúde.
Este ano (2016), a campanha de vacinação contra a gripe do Ministério da saúde usará a vacina trivalente.
Como será a campanha de vacinação contra a gripe no Brasil em 2016?
Os grupos prioritários a serem vacinados de acordo com recomendações do Ministério da Saúde são:
Crianças de 6 meses a 5 anos de idade;
Gestantes;
Puérperas;
Trabalhador de saúde;
Povos indígenas;
Indivíduos com 60 anos ou mais de idade;
População privada de liberdade;
Funcionários do sistema prisional;
Pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis;
Pessoas portadoras de outras condições clínicas especiais (doença respiratória crônica, doença cardíaca crônica, doença renal crônica, doença hepática crônica, doença neurológica crônica, diabetes, imunossupressão, obesos, transplantados e portadores de trissomias);
Profissionais de saúde.
Quem deve ser vacinado contra a gripe?
Todas as pessoas com mais de 6 meses de idade devem receber a vacina da gripe todos os anos.
Quem não deve ser vacinado?
Crianças abaixo de 6 meses de idade.
Pessoas com história anterior de alergia grave à vacina da gripe ou algum de seus componentes.
Pessoas que não estiverem bem de saúde, devem procurar assistência médica antes de se vacinar.
Porque as gestantes devem se vacinar?
A vacinação contra o vírus influenza em gestantes é uma estratégia eficaz de proteção para a mãe e para o bebê depois que nasce também.
Além de proteger a mãe, a vacinação durante a gestação reduz o impacto da doença em bebês e o risco de hospitalização, que é extremamente elevado nos primeiros meses de vida.
Qual das vacinas da gripe é mais recomendada?
A recomendação da SBIm é para o uso preferencial das vacinas quadrivalentes, pelo seu maior espectro de proteção. Porém, na indisponibilidade do produto, não se deve abrir mão da vacina trivalente, especialmente em grupos de maior risco para o desenvolvimento de formas graves da doença, observando a recomendação de vacinação universal.
Como as vacinas contra a gripe funcionam?
As vacinas são produzidas com vírus da gripe que foram "inativados" (fragmentados)
Estes fragmentos estimulam o corpo a produzir anticorpos contra o vírus causador da doença. Com isso, ao se entrar em contato com o vírus, o indivíduo já tem os anticorpos suficientes para se proteger.
Quanto tempo após a vacinação o corpo terá o nível de anticorpos necessários para a proteção?
Isso ocorre aproximadamente duas semanas após a vacinação. Estes anticorpos proporcionam a proteção contra a infecção com os vírus.
Por isso, é importante que se vacine antes da temporada da gripe.
Por que é preciso receber a vacina contra a gripe todos os anos?
A vacina contra a gripe é necessária todo ano por duas razões:
a taxa de anticorpos que o corpo produz após a vacina diminui ao longo do tempo, e dura de 6 meses a um ano. De modo que, uma dose anual é necessária para proteção ideal.
os vírus da gripe mudam constantemente, a formulação da vacina contra a gripe é revista anualmente e, por vezes, atualizada para acompanhar as mudanças dos vírus.
A vacina da gripe protege totalmente contra a doença?
A taxa de proteção após a vacina em crianças varia de 30 a 90% sendo diretamente proporcional à idade.
Porque crianças precisam tomar 2 doses no primeiro ano que recebem a vacina?
Em crianças menores de seis anos de idade, aproximadamente 40 a 80% apresentam soro conversão (taxa ideal de anticorpos no sangue) após uma única dose da vacina, enquanto para crianças maiores de 6 anos, esta taxa sobe para 70 a 100%.
Mais de 50% das crianças menores de três anos e cerca de 30% das crianças até nove anos de idade são soronegativas para o vírus da influenza.
Tal fato resulta na recomendação de duas doses da vacina influenza sazonal em crianças vacinadas pela primeira vez, e, uma dose nos anos subsequentes.
Qual é o esquema de doses da vacina da gripe?
Crianças com idade entre 6 meses e 8 anos 11 meses e 29 dias, não vacinadas anteriormente, devem receber duas doses, com intervalo de um mês; nos anos subsequentes, a indicação é de apenas uma dose anual. Crianças a partir de 9 anos de idade e adultos: uma dose anual.
Porque é importante se vacinar contra a gripe?
A vacinação contra a gripe pode:
Evitar a doença.
Proteger as pessoas ao seu redor que são mais vulneráveis à doença grave, principalmente aquelas que não puderam receber a vacina (doentes e bebês menores de 6 meses de idade)
Fazer com que se houver a doença, ela seja mais leve, evitando complicações e risco de complicações e hospitalizações.
Protege gestantes e seus bebês de até 6 meses após o parto.
A vacina da gripe pode provocar GRIPE?
Não, a vacina contra a gripe não pode causar a doença da gripe.
As vacinas são produzidas com vírus da gripe que foram "inativados" (fragmentados) e são, por conseguinte, não têm a capacidade de produzir a doença.
Quais são os efeitos colaterais da vacina da gripe?
Geralmente são efeitos leves e passageiros:
Dor, vermelhidão ou inchaço onde no local da aplicação.
Febre (de baixa intensidade)
Raramente, pode ocorrer reações alérgicas graves.
Quem tem alergia a ovo pode receber vacina?
Para a temporada 2015-16 da gripe, o ACIP (Advisory Committee on Immunization Practices, United States) recomenda o seguinte:
Pessoas com história de alergia ao ovo que apresentaram apenas urticária após a exposição ao ovo devem receber a vacina contra a gripe. Porém, o ideal é que e a vacina seja administrada por um profissional de saúde que esteja familiarizado com os potenciais manifestações de alergia ao ovo; e o paciente seja observado durante ≥30 minutos para sinais de reação depois da administração de cada dose de vacina.
Pessoas que já tiveram reações a ovo com: angioedema, desconforto respiratório, tontura, ou vômitos recorrentes; ou que necessitaram de adrenalina ou outra intervenção médica de emergência, não devem receber a vacina. A não ser, se indicada por seu médico. Neste caso, só pode ser administrada por um médico com experiência no reconhecimento e controle de condições alérgicas graves e em ambiente hospitalar.
Pessoas que comem ovo levemente cozidos (por exemplo, ovos mexidos), sem reação, não são susceptíveis de ser alérgico à vacina.
Para pessoas sem história conhecida de exposição ao ovo, mas que são suspeitas de serem alérgicas ao ovo, com base em testes de alergia previamente realizados, a consulta com um médico com experiência no tratamento de condições alérgicas deve ser obtido antes da vacinação.
Uma reação alérgica grave anterior a vacina da gripe, independentemente dos componente suspeitos serem responsáveis pela reação, é uma contra-indicação para o recebimento da vacina.
A vacina da gripe contém Timerosal?
A vacinas contra a gripe em frascos multi-dose contém timerosal para proteger contra a contaminação do frasco.
A maioria dos frascos de dose única e seringas pré-cheias de vacina contra a gripe não contém um conservante, porque eles destinam-se a ser utilizado apenas uma vez.
O que é Timerosal? O que causa?
Timerosal é um componente que é encontrado na natureza, usado com conservante. Ele contém etilmercúrio, que é eliminado do corpo humano mais rapidamente do que o metilmercúrio (encontrado em peixes), e por isso é menos provável de causar qualquer dano.
O Timerosal impede o crescimento de bactérias nas vacinas.
O timerosal é adicionado a frascos de vacina que contêm mais do que uma dose (frascos de doses múltiplas) para impedir o crescimento de germes, como bactérias e fungos. A introdução de bactérias e fungos pode ocorrer quando uma agulha de seringa entra num frasco de uma vacina que será administrada. A contaminação por germes em uma vacina poderia causar reações locais graves, doença grave ou morte. Em algumas vacinas, conservantes, incluindo tiomersal, são adicionados durante o processo de fabricação para impedir o crescimento de germes.
O corpo humano elimina timerosal facilmente.
O timerosal não permanecer no corpo muito tempo, ele não se acumula e nem atinge níveis perigosos.
O Timerosal foi mostrado ser seguro quando usada em vacinas.
o uso de timerosal em produtos médicos tem um histórico de ser muito seguro. Os dados de muitos estudos não mostram nenhuma evidência de dano causado pelas baixas doses de timerosal nas vacinas.
Há alguns efeitos colaterais de tiomersal em vacinas.
Os efeitos colaterais mais comuns são reações menores, como vermelhidão e inchaço no local da injeção. Embora seja raro, algumas pessoas podem ser alérgicas ao timerosal.
Pesquisas científicas não mostraram nenhuma ligação entre timerosal nas vacinas e autismo (um distúrbio do desenvolvimento neurológico).
Muitos estudos realizados concluíram que o timerosal nas vacinas não contribui para o desenvolvimento do autismo.
Mesmo depois de timerosal ter sido retirado de quase todas as vacinas da infância, as taxas de autismo continuaram a aumentar, o que é o oposto do que seria esperado se o timerosal causasse autismo.
Há algum grupo prioritário para receber a vacina quadrivalente?
As indicações são as mesmas da vacina trivalente. É importante destacar que pessoas que integram os grupos de maior risco para as complicações e óbitos por influenza, na impossibilidade de arcar com o custo de aplicação da vacina quadrivalente, não devem deixar de se vacinar na campanha nacional de vacinação contra a gripe, realizada anualmente pelo Ministério da Saúde.
Qual o perfil de segurança e eficácia das vacinas quadrivalentes?
Os estudos de licenciamento das vacinas quadrivalentes não demonstraram maior incidência de eventos adversos, tanto locais quanto sistêmicos, na comparação com as vacinas trivalentes. O licenciamento foi obtido com base em estudos de imunogenicidade e de segurança. Pela maior abrangência e cobertura que oferecem, espera-se uma maior efetividade.
As vacinas quadrivalentes podem ser aplicadas durante a gestação?
Sim, gestantes constituem grupo prioritário para a vacinação, por conta do maior risco de desenvolver complicações decorrentes do adoecimento e também pela transferência de anticorpos ao bebê, o que vai protegê-lo nos primeiros meses de vida.
Crianças que receberam duas doses da vacina trivalente em anos anteriores, este ano deverão receber duas doses da quadrivalente?
Não é necessário. Vale a regra: crianças que receberam duas doses na primeira vacinação devem receber somente uma dose em anos posteriores.
Crianças que vão receber pela primeira vez a vacina influenza podem receber uma dose da trivalente e a segunda da quadrivalente?
Não há estudos referentes a esse tipo de intercâmbio, porém, não há nenhuma evidência biológica para supor algum problema com este esquema.
Em uma mesma temporada, é possível receber uma dose da vacina trivalente e outra da quadrivalente para ampliar a proteção?
Sim. Mesmo em relação às crianças, embora não haja estudos com aplicação de três doses de vacina influenza numa mesma temporada, não é provável haver problemas relacionados à segurança deste esquema.
Crianças que necessitam de mais de uma dose podem receber vacinas quadrivalentes de fabricantes diferentes?
Sempre que possível deve-se manter o esquema com a mesma vacina. Na falta do produto ou quando não há informação sobre a vacina aplicada na primeira dose, deve-se optar por uma vacina influenza (tri ou quadrivalente) de qualquer produtor, desde que seja licenciada pela Anvisa.
Existe um intervalo mínimo entre as vacinas tri e quadrivalente?
O intervalo ideal é de quatro semanas, podendo-se chegar ao intervalo mínimo de três semanas.
A vacina quadrivalente pode ser aplicada no mesmo dia que outras vacinas?
Sim, da mesma forma que a trivalente.
A vacina quadrivalente pode ser aplicada em imunodeprimidos e pessoas com comorbidades?
Por ser uma vacina inativada, como a trivalente, não há restrições de uso em populações imunocomprometidas – um dos grupos prioritários para a vacinação. Como as pessoas nessa condição tendem a produzir menos anticorpos, é importante que aqueles com quem convive também sejam vacinados, para não haver transmissão.
Quais as contraindicações das vacinas da gripe quadrivalente?
São as mesmas das vacinas trivalentes: alergia grave (anafilaxia) ao ovo ou a dose anterior da vacina. Lembre-se que a vacinação deve ser adiada em pacientes com febre ou infecção aguda moderada a grave.
Fontes: