A Caxumba é uma doença contagiosa, de evolução benigna, causada por um vírus da família Paramyxoviridae, cuja principal característica é o aumento das glândulas salivares, principalmente das parótidas (parotidite), geralmente bilateral. Isto causa um inchaço na região abaixo e à frente das orelhas, em direção ao pescoço.
Incidência:
Antes da inclusão vacina contra a caxumba no calendário básico de vacinação a partir de 1992, sua incidência era muito alta entre as crianças.
Hoje, ela ocorre em surtos, entre adolescentes e adultos jovens.
A incidência é maior nos meses de inverno e primavera.
Transmissão:
Por gotículas respiratórias no ar (tosse, espirro).
Por saliva (beijos, utensílios compartilhados).
Por toque em uma superfície contaminada (cobertor, maçaneta, torneira).
Período de transmissão: estende-se de 2 dias antes do início da parotidite até 5 dias após esta data. Período de incubação: tempo entre o contato com o vírus e aparecimento dos sintomas, de 12 a 25 dias.
Sintomas:
Cerca de 30% das pessoas infectadas pode não apresentar os sintomas, mas, pode transmitir o vírus.
Os sintomas mais comuns são: febre, inchaço na região das parótidas, dor para engolir e ao comer alimentos ácidos, dor de cabeça, cansaço, falta de apetite.
Complicações: Apesar de raras, podem ocorrer: inflamação dos testículos e ovários, mais raramente, ainda, levar à esterilidade. Além disso, meningite asséptica ou encefalite, pancreatite, neurite, surdez e aborto.
Diagnóstico: O diagnóstico é baseado nos dados clínicos e epidemiológicos. Existem testes sorológicos ou de cultura para vírus, porém não são utilizados na rotina.
Tratamento: Não existe tratamento específico, indicando-se apenas repouso, analgésicos e observação cuidadosa quanto à possibilidade de aparecimento de complicações.
Prevenção:
A prevenção é simples: vacina contra caxumba.
O esquema vacinal recomendado pelo Programa Nacional de Imunizações inclui a administração da vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) aos 12 meses de idade e a vacina quádrupla viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela) aos 15 meses de idade (esta última corresponde à segunda dose da tríplice viral mais uma dose da varicela).
Conforme o Calendário Nacional de Vacinação, todas as crianças e adolescentes até 19 anos de idade devem ter duas doses de vacina com os componentes do sarampo, caxumba e rubéola. Indivíduos de 20 a 49 anos de idade, que não apresentarem comprovação vacina, devem receber uma dose da vacina tríplice viral.
A Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), no entanto, recomenda duas doses para pessoas de todas as idades.
Quem já tomou as duas doses da vacina não precisa se imunizar de novo ao longo da vida.
Quem teve a doença uma vez também está protegido.
No Estado de São Paulo, a vacina contra o sarampo, a caxumba e a rubéola (SCR) foi incluída no calendário básico aos 15 meses no ano de 1992, após campanha de vacinação indiscriminada para crianças entre um e dez anos de idade. Em 2000, a SCR era administrada aos 12 meses de idade, e no ano de 2004 foi incluída uma dose de reforço entre quatro e seis anos de idade. Em 2013, a segunda dose passou a ser aplicada aos 15 meses utilizando-se a vacina SCR-Varicela (Tetraviral).
Apesar do controle possibilitado pela vacinação em massa, alguns surtos esporádicos ainda acontecem, e a doença pode acometer pessoas vacinadas — essa situação é rara e as complicações neste grupo são mais raras ainda. Boa parte dos adolescentes e adultos não está adequadamente protegida contra a caxumba porque muitos não tomam a segunda dose da vacina.
Na ocorrência de surtos deverá ser notificada e verificada a necessidade de bloqueio vacinal seletivo, conforme as indicações do Calendário Nacional de Vacinação.
A vacina está contraindicada para:
gestantes
pessoas com história de anafilaxia (reação alérgica grave) após o recebimento de dose anterior
indivíduos com imunodeficiência grave
Vacinas disponíveis:
Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola)
Quádrupla viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela)
Fontes:
Foto: escola.britannica.com.br