A Alergia Alimentar é uma resposta anormal do nosso sistema imunológico a algum alimento. Pode afetar tanto adultos, como crianças, em proporções não muito bem estabelecidas, mas aproximadamente 6% das crianças podem ter algum tipo de alergia alimentar. Em muitos casos, estas crianças melhoram com o crescimento. As reações alérgicas podem ser classificadas como IgE mediadas e não IgE mediadas:
As reações IgE mediadas são rápidas (ocorrem após minutos, até, no máximo, 2 horas) e podem ser graves. Um pequena quantidade do alimento pode desencadear estas reações.
Nos alimentos, a proteína é o causa as reações alérgicas. O sistema imunológico da pessoa alérgica produz anticorpos (imunoglobulinas - IgE) contra estas proteínas.
Enquanto as reações não Ige mediadas se instalam mais lentamente (após horas ou dias), são mais raras e menos graves.
Quais alimentos podem provocar Alergia Alimentar?
Praticamente quase todos os alimentos podem provocar reação alérgica, mas em nosso meio, 8 alimentos são responsáveis por 90% das reações:
leite de vaca
ovo
trigo
milho
amendoim
soja
peixes
frutos do mar
Quais são os sintomas da Alergia Alimentar?
Alergia Alimentar IgE-mediada:
Os sintomas podem variar de leves a graves e sempre ocorrem após minutos até duas horas do contato com o alimento. Entre eles podemos ter: 1. Coceira na boca 2. Inchaço de lábios, rosto, língua, pálpebras, garganta e outras partes do corpo 3. fechamento da garganta, com dificuldade para respirar 4. cólicas abdominais, diarreia, náuseas ou vômitos 5. vermelhidão no corpo, com placas elevadas na pele, com coceira 6. Tontura, desmaio e perda da consciência 7. Anafilaxia: reação alérgica mais grave, que inclui dificuldade para respirar, queda da pressão arterial, levando à perda da consciência. Pode ser completamente súbita e inesperada. Tem risco de vida e deve ser prontamente atendida em serviço de emergência.
Alergia Alimentar não IgE-mediada:
Existem alergias alimentares que ocorrem por mecanismos não IgE-mediados ou de forma mista, IgE e não IgE-mediados. Os sintomas são comuns a outras doenças e podem aparecer depois de várias horas ou dias. Por isso, muitas vezes o diagnóstico é difícil. São eles:
1. Vômitos 2. Dor abdominal 3. Diarreia com sangue e muco 4. Eczema, entre outros.
Existem outras manifestações alérgicas devidas aos alimentos, mais raras.
Como a Alergia Alimentar é diagnosticada?
Em qualquer tipo de reação, só um especialista, com a análise conjunta da história da doença, exame físico e exames complementares, poderá fazer o diagnóstico e orientar a melhor conduta. Os exames para detectar a presença dos anticorpos (IgE) podem ser solicitados pelo especialista: 1. Teste de punção na pele com a substância suspeita e verificação de reação na pele. 2. Dosagem dos anticorpos (IgE) para o alimento suspeito no sangue. Ambos os testes não confirmam o diagnóstico, apenas mostram a presença dos anticorpos, mas não, necessariamente, que eles sejam os causadores das reações. Por isso, devem ser interpretados pelo especialista, em conjunto com outros dados. Qual o tratamento para Alergia Alimentar?
Uma vez confirmada a suspeita, o alimento deverá ser eliminado da dieta por um tempo determinado e reintroduzido novamente. A confirmação do diagnóstico é feita, se na eliminação, os sintomas desaparecem e na reintrodução, eles voltam a aparecer. Em caso positivo, este alimento deverá ser eliminado da dieta como tratamento.
Qualquer contato com o alimento, a criança poderá ter reação desde leve, até mais grave. Então, é importante que os pais e cuidadores sejam bem orientados quanto a conduta a ser tomada frente qualquer reação, reconhecê-la, dar o primeiro atendimento e encaminhar para um serviço de pronto atendimento de urgência.
Para alguns alimentos, inclusive o leite, existem muitos estudos que mostram que se é capaz induzir a tolerância, através da dessensibilização ao alimento. Este método está sendo empregado em grandes centros de estudos e em algumas clínicas especializadas. Deve sempre ser conduzido por especialistas e sempre feito em ambiente onde haja suporte pata atendiemnto de qualquer reação de emergência.
Meu filho vai ser sempre alérgico ao alimento que causou reação? Felizmente, a grande maioria das crianças com alergia alimentar torna-se tolerante com o crescimento, podendo voltar a se alimentar, mesmo com os exames de dosagem de IgE ainda positivos. Por isso, a importância do acompanhamento especializado, para a orientação da melhor época para a tentativa de reintrodução do alimento. Qual a diferença entre Alergia Alimentar e Intolerância Alimentar?
A Alergia Alimentar:
Como vimos, é uma doença do sistema imunológico, que reage a determinada proteína de um alimento com a produção de anticorpos. A reação do alimento com os anticorpos leva a sintomas, que podem ser leves, como vermelhidão do corpo e coceira, até mais graves, como o fechamento da glote e anafilaxia, potencialmente fatal. Aqui, deve ser afastado qualquer alimento que contenha até pequenas quantidades da proteína e todos os seus derivados (no caso do leite, tudo que contenha leite ou derivados).
A Intolerância Alimentar:
É causada por incapacidade do organismo metabolizar (digerir e absorver) determinada substância presente em um alimento. Pode ser por deficiência parcial ou total de alguma enzima responsável por esta digestão. O exemplo clássico é a intolerância à lactose, um açúcar presente no leite, cuja pessoa com deficiência de lactase (a enzima que digere a lactose), irá ter problemas com a digestão do leite e consequente diarreia, dores abdominais, flatulência e às vezes, vômitos. A intolerância pode ser congênita (mais rara) ou adquirida com os anos (em pessoas mais velhas). Aqui, basta ser afastada a substância que não será digerida (no caso do leite, pode-se consumir leite e derivados, que não contenham a lactose).