A educação e treinamento em alergia alimentar nas escolas e na comunidade são importantes devido ao risco de ocorrem reações graves em qualquer ambiente.
As alergias alimentares acometem cerca de 8% das crianças. Esta prevalência vem aumentando nas útimas décadas, por motivos não bem esclarecidos. No momento em que estas crianças atingem a idade escolar, isto passa a ser uma questão a ser discutida nas escolas também.
As escolas devem estar preparadas para assumir a responsabilidade pela segurança dos alunos com alergia alimentar. Estas crianças devem poder participar da vida escolar, com o mínimo de restrição possível.
Existe uma deficiência tanto em conhecimento, quanto em preparo dos funcionários das escolas. Estas questões devem ser discutidas conjuntamente entre pais, profissionais de saúde e educadores.
Estes são os aspectos mais importantes do tratamento das alergias alimentares, em ambiente escolar e recomendações baseadas na literatura médica disponível:
- Diagnóstico e plano de emergência:
O diagnóstico correto e o estabelecimento de um plano de emergência com o médico é fundamental. O plano de emergência deve conter informações essenciais como: contato de emergência, instruções de administração de medicamentos e informações sobre o histórico de saúde da criança. Cada escola deve ter uma cópia deste plano de emergência para cada aluno e a adrenalina (que é a principal medicação no caso de reações graves) deveria estar prontamente disponível no caso de uma reação. Os funcionários da escola devem estar treinados para reconhecer e tratar reações alérgicas, caso ocorram.
- Refeições fornecidas pela escola:
Garantir a ausência do alérgeno nas preparações e também ter cuidado com o risco de contaminação cruzada.
- Local de realização das refeições:
Não parece ser recomendável isolar as crianças com alergias alimentares durante as refeições, pois o risco de reação sistêmica com contato cutâneo é baixo, dependendo de cada caso e de cada alérgeno. Deve-se tomar cuidados em relação à possibilidade de presença de resíduos com alérgenos, com higienização com sabonetes e produtos de limpeza convencionais (exceto os produtos à base de álcool).
- Exposição via respiratória:
As evidências demonstram que a exposição, pelo ar, às proteínas responsáveis pelas alergias não representa um risco em crianças com alergia a muitos alimentos. Porém algumas crianças podem reagir com o contato com o vapor do cozimento de alguns alimentos, como leite e ovo. Este fator pode ser importante em alguns casos. Então, cada caso deve ser analisado, dependendo da gravidade de cada aluno e de qual alérgeno está relacionado.
- Aspectos psicológicos:
É importante abordar aspectos como medo de reação alérgica, isolamento social, ansiedade, estresse, “bullying”. Todas estas preocupações e medos podem desencadear ambientes restritivos desnecessários, barreiras de aprendizado e conflitos entre familiares e escolas.
Portanto, é importante que todos os alérgicos tenham um plano de emergência.
As escolas também precisam estar preparadas para tratar a criança sem história prévia de alergia alimentar.
Em conjunto, os profissionais de saúde, as escolas e as famílias podem criar um ambiente escolar seguro para todas as crianças, independente de suas alergias alimentares.
Fontes: