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CDC publica guia interino de orientações para infecção pelo vírus Zika


Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos da América (CDC) emitiu orientações provisórias para a avaliação, diagnóstico e acompanhamento de crianças com possível infecção congênita vírus Zika.

Desenvolvido em conjunto com a Academia Americana de Pediatria, as diretrizes abordam o cuidado de crianças com microcefalia ou calcificações intracranianas detectadas no pré-natal ou no momento do nascimento, assim como crianças sem esses achados, cujo risco é baseado em exposição materna e exames para a infecção pelo vírus Zika.

As diretrizes foram publicadas na edição de 29 de janeiro na sessão de "Relatórios Semanais de Morbidade e Mortalidade" preperado pelo CDC.

O CDC aconselha os pediatras a trabalharem em conjunto com obstetras para identificar crianças cujas mães foram potencialmente infectados com o vírus Zika durante a gravidez (com base em viagens ou residência em uma área com transmissão do vírus Zika) e rever ultra-sonografias fetais e exames maternos para a infecção pelo vírus Zika.

As diretrizes recomendam o teste do vírus Zika para crianças com microcefalia ou calcificações intracranianas que nasceram de mulheres que viajaram ou residam em uma área com transmissão do vírus Zika durante a gravidez e para recém-nascidos de mães com resultados positivos ou inconclusivos para infecção pelo vírus Zika. Nestas situações, o CDC recomenda:

  1. Exame para RNA do vírus Zika no soro da criança, imunoglobulina M (IgM) para vírus Zika e anticorpos neutralizantes, além de IgM para o vírus da dengue e anticorpos neutralizantes. A amostra inicial devem ser colhidos a partir do cordão umbilical ou diretamente do bebê dentro de 2 dias após o nascimento, se possível.

  2. Se o líquido cefalorraquidiano for colhido por outros motivos, também deve ser testado para o RNA do vírus Zika, IgM para vírus Zika e anticorpos neutralizantes, além de IgM para o vírus da dengue e anticorpos neutralizantes.

  3. A avaliação histopatológica da placenta e do cordão umbilical com coloração imuno-histoquímica para vírus Zika em tecido fixado e pesquisa de PCR para o vírus Zika.

  4. Se já não houver sido realizada durante a gravidez, fazer sorologia para IgM para o vírus Zika e anticorpos neutralizantes, além de IgM para o vírus da dengue e anticorpos neutralizantes.

Para crianças com possível infecção congênita pelo vírus Zika, o CDC recomenda:

  1. Exame físico completo, incluindo a medição cuidadosa da circunferência occipitofrontal, comprimento, peso e avaliação da idade gestacional.

  2. Avaliação de anormalidades neurológicas, características dismórficas, esplenomegalia, hepatomegalia e lesões exantemáticas ou outras de pele. Fotos de corpo inteiro e qualquer erupção cutânea, lesões de pele, ou características dismórficas deve ser documentada. Se uma anormalidade for encontrada, consultar um especialista apropriado.

  3. Ultra-som craniano, a menos que os resultados de ultra-som pré-natal de terceiro trimestre não demonstrou anormalidades do cérebro.

  4. Avaliação da audição por meio de testes de emissões otoacústicas evocadas ou teste de audiometria de tronco encefálico, antes da alta hospitalar ou no prazo de um mês após o nascimento. E encaminhar crianças com testes auditivos iniciais anormais para o fonoaudiólogo.

  5. A avaliação oftalmológica, incluindo o exame da retina, antes da alta hospitalar ou no prazo de um mês após o nascimento. Encaminhar as crianças com a avaliação oftalmológica inicial anormal a um oftalmologista pediátrico.

  6. Outras avaliações específicas à apresentação clínica da criança.

Para crianças com microcefalia ou calcificações intracranianas, o CDC recomenda as seguintes medidas adicionais:

  1. Consulta com um geneticista clínico ou dismorfologista.

  2. Consulta com um neurologista pediátrico para determinar a necessidade de exames de imagem adequados e avaliações adicionais.

  3. Testes para outras infecções congênitas, como a sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, vírus da infecção coriomeningite linfocítica, e infecções por vírus herpes simples. Considere consulta com infectologista pediátrico.

  4. Hemograma, contagem de plaquetas, e testes de função hepática.

  5. Consideração de outras causas genéticas e teratogênicas baseados em anomalias congênitas adicionais, que são identificadas através de exames clínicos e de imagem.

O CDC também recomenda o acompanhamento a longo prazo para crianças com possível infecção congênita com o vírus Zika:

  1. Reavaliação auditiva adicional aos 6 meses de idade, acrescido de qualquer acompanhamento adequado das anomalias detectadas na triagem auditiva neonatal.

  2. Avaliação cuidadosa da circunferência occipitofrontal e do desenvolvimento neuropsicomotor ao longo do primeiro ano de vida, com acompamhamento conjunto com outras especialidades, dependendo da necessidade (por exemplo, neurologia pediátrica, pediatria do desenvolvimento e comportamental, fisioterapia e fonodiaudiologia).

Fonte: CDC

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