
A incidência de câncer de pele vem se tornando assustadora, 90% dos cânceres de pele é causado pelo sol. E, é durante a infância e adolescência, que o ser humano passa grande parte do tempo ao ar livre, exposto ao sol. O efeito nocivo do sol é acumulativo. Estima-se que recebemos 25% da radiação solar da nossa vida antes dos 18 anos. Queimaduras solares dolorosas na infância provocam o envelhecimento prematuro da pele, podendo chegar ao aparecimento do câncer de pele na idade adulta.
Fatores de Risco para o Aparecimento de Câncer de pele:
1. Regiões ensolaradas;
2. Indivíduos de pele clara, cabelos loiros, ruivos ou castanhos claros, olhos claros;
3. Grande quantidade de sardas;
4. Períodos longos de exposição ao sol diariamente ou curtos períodos de exposição solar intensa;
5. História familiar de câncer de pele.
Como Proteger seu filho na Infância:
Durante os seis primeiros meses de vida, os bebês não devem ser expostos diretamente ao sol. E, se for inevitável, que se use roupas e chapéus.
Não se recomenda o uso de protetores solares antes do sexto mês de vida. Isso devido às características de maior absorção da pele e imaturidade hepática e renal dessa faixa etária.
A partir dos seis meses e até o primeiro ano de vida, as exposições solares devem ser curtas e em horários apropriados: até as 10horas da manhã e após às 16 horas.
Durante exposições solares prolongadas (praias, clubes, piscinas), o uso de chapéu, boné com viseira e vestuário adequado devem ser estimulados. É importante salientar que camisetas de malha de cor branca conferem pouca proteção, permitindo a passagem de radiação ultravioleta e, se estiverem molhadas, praticamente não conferem proteção nenhuma.
Permanecer na sombra ou sob o guarda–sol pelo maior tempo possível (guarda sol de algodão e de cor clara, náilon não protege), mesmo assim, não confiar muito, pois só reduz em 50% os riscos, nem no tempo nublado (reduz só 20%);
Para crianças maiores e adolescentes é recomendado também o uso de óculos de sol, de boa qualidade.
O perigo é maior na areia, água, concreto e neve, pois são superfícies refletoras das radiações. Por isso, mesmo sob os guarda-sóis,
Usar regularmente filtros solares com fator de proteção solar, e não apenas quando se está na praia. Atenção especial às crianças de pele clara, com nevos (pintas na pele), e câncer de pele na família. Mas, a proteção deve ser estendida a todos.
A Escolha do Protetor:
Os protetores solares possuem dois tipos de substâncias que protegem:
Filtros químicos: que absorvem as radiações UV, que por se tratarem de substâncias químicas tem o risco de causarem alergia. Atuam principalmente absorvendo UVA (antralinas e avobenzona) e raios UVB (benzofenona-3 -oxibenzona, PABA, cinamatos, salicilatos, octocrileno).
Filtros físicos: protegem de forma mecânica, são filmes opacos, que ficam espessos quando passados na pele e possuem menor risco de causar reações alérgicas, por isso são mais indicados para as crianças (dióxido de titânio, óxido de zinco).
O Fator de Proteção Solar (FPS): é o número que determina qual período o indivíduo pode se expor ao sol, comparado ao que ele toleraria sem sua utilização. Exemplo: FPS 15 protege por um período 15 vezes maior do que sem proteção.
Quanto maior o FPS, maior o número e concentração de substâncias ativas, e assim, maior o risco de reações irritativas e alérgicas na pele.
O melhor filtro solar não é o que tem FPS mais alto . O FPS 15 é suficiente, desde que observados os outros cuidados de proteção. FPS mais altos não aumentam significantemente a proteção e elevam o risco de sensibilização.
O fotoprotetor ideal deve absorver ou bloquear as duas formas de radiação ultravioleta mais lesivas para a pele: ultravioleta B (UVB) e ultravioleta A (UVA).
Para crianças até 5 anos de idade, as fórmulas que não contém álcool são mais brandas e melhor aceitas pelas crianças. Podem ser a prova d'água ou resistentes à água, para melhor resistirem à natação ou transpiração intensa. Porém, devem ser aplicados normalmente a cada duas horas de exposição e após a imersão em água, sempre com a pele bem enxuta antes da reaplicação.
Como Usar:
O fator de proteção indicada no rótulo, na verdade, protege menos do que se espera, devido à quantidade que se usa ser menor do que a metade recomendada, que é de 2 mg/cm2. Para cobrir adequadamente toda área exposta de um adulto de estatura média, usando roupa de banho, seriam necessários 30 mL de protetor solar.
O fotoprotetor deve ser testado em uma área pequena da pele, antes de ser aplicado no corpo todo, para ver se ocorre alguma irritação em 24 horas. O melhor local para o teste é a superfície interna do antebraço.
Aplique em todas as áreas expostas, exceto nos olhos, em quantidades generosas. Não esquecer as orelhas, dorso dos pés e das mãos. Aplique cuidadosamente ao redor dos olhos evitando as pálpebras inferiores e superiores.
Recomenda-se que um protetor de, pelo menos, SPF 15 seja aplicado de 15 a 30 minutos antes da exposição solar, para que seja absorvido pela pela pele. Adicionalmente, é recomendado, que seja reaplicado a cada 2 horas e após cada entrada na água, transpiração excessiva ou após enxugar-se com toalha.
Aplique o filtro solar também em áreas que fiquem sob as roupas, pois a radiação solar pode penetrar alguns tipos de tecidos, principalmente se estiverem molhadas.
FPS maior que 15 confere pouca proteção adicional e deve ser usada para algumas pessoas, principalmente para quem já teve câncer de pele.
Mas, para a maioria das pessoas, a aplicação adequada e reaplicação são fatores mais importantes do que o uso de um produto com um FPS maior.
Se A Proteção Solar For Feita Desde A Infância, Haverá Redução Do Risco De Aparecimento De Câncer E Envelhecimento Da Pele No Futuro Adulto!
Fontes:
UV radiation: balancing risks and benefits. Photochem Photobiol. 2009 Jan-Feb;85(1):88-98.